O Carnaval é uma herança cultural brasileira herdada dos portugueses. A palavra vem da expressão em latim carnis levale, que significa adeus à carne, pois representaria o início da Quaresma. Em Uberlândia, a maior festa popular do país e do mundo tem sua representatividade, com uma história que começou na virada do século 20.
Primeiramente, a festa era concentrada nos clubes. O Carnaval de rua ganhou espaço na década de 1930. “Era muito boa. Os hinos eram muito diferentes, tudo muito animado”, disse o chaveiro Luiz Vital, que ainda tem muitas memórias dos carnavais que participou no Praia Clube. “A gente dançava, arranjava namorada, largava, arranjava outra”, afirmou.
O estilo de Carnaval antigo, com seus bailes de máscaras, ainda conquista a geração atual. O estudante Leonardo Aurélio participa dos bailes de máscaras realizados em Uberlândia. “Eu já fui naquele Carnaval à moda antiga. Participei e achei bem bacana. As marchinhas são bem legais”, afirmou. O Carnaval de rua começou na década de 1930 e teve ápice de participação popular na década de 1970. Locais, como as avenidas Afonso Pena, Monsenhor Eduardo e a atual José Roberto Migliorini (próximo ao Parque do Sabiá) serviram de palco para os desfiles de grupos, dos foliões e das escolas de samba.
O artista plástico Eduardo Lemes guarda boas lembranças dos carnavais antigos. “Eles tinham os barracões e, antes dos carnavais, faziam os bailes. O pessoal brincava bastante. Quando tinha alguma coisa ruim que acontecia, passava um pouquinho, já não era ruim mais”, afirmou.
Lemes disse, ainda, que, com o passar do tempo, a festividade perdeu um pouco de sua identidade, trazendo até mesmo ritmos não muito usuais para sua mistura. “A festa acontece uma vez por ano. A música eletrônica é todo dia. Acho que o pessoal deveria fazer um Carnaval de verdade uma vez ao ano”, disse. Quando questionado sobre o ritmo que marca o Carnaval, ele respondeu prontamente. “Carnaval é samba!”
PUBLICADO NO JORNAL CORREIO DE UBERLÂNDIA, NO DIA 14 DE FEVEREIRO DE 2015