Expedição Rio Uberabinha
Ele nos fornece um dos mais preciosos bens do Planeta. Das nascentes, que se espalham por um vasto tabuleiro, à foz, entre vales encaixados, suas águas generosas fomentam a vida em toda a sua diversidade. Ao longo de milhões de anos, como um artista, ele vem moldando e esculpindo a rocha lentamente, criando em seu caminho paisagens de rara beleza. Em outro ritmo, muito mais veloz, o homem tem promovido mudanças profundas no rio e em seu entorno. Este rio, cujas águas abastecem uma população superior a meio milhão de habitantes, é o Uberabinha, tema desta série de 13 episódios.
Expedição Rio Uberabinha é um documentário produzido pela Close Comunicação, de Uberlândia. Conta com o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e patrocínio da Algar Telecom.
Ficha técnica:
Ideia: Celso Machado / Desenvolvimento: Nara Sbreebow e Diego Goar / Roteiro: Betânia Bertolozo e Nara Sbreebow / Reportagem: Anaísa Toledo e Betânia Bertolozo / Apresentação: Kalassa Lemos / Fotografia: Leandro Texera / Assistente de Fotografia: Danilo Henriques / Direção: Diego Goar.
Assista na íntegra os 13 episódios da série. Cada programa é composto de dois blocos. Embarque com a gente nessa viagem!
Episódio 1 – As primeiras ocupações pelos indígenas: a historiadora Lídia Meirelles e o historiador Luiz Augusto Bustamante falam sobre a ocupação do sertão mineiro pelas populações indígenas e pelos bandeirantes.
Episódio 2 – Herança dos Kayapós: foram entrevistados os historiadores Luiz Augusto Bustamante e Lídia Meirelles; os produtores rurais Gilberto Machado e Antônio Dollar e o biólogo Gustavo Malacco. Eles comentam a importância do legado das populações indígenas e os diferentes movimentos de ocupação do entorno do Rio Uberabinha.
Episódio 3 – Homens do campo à beira do rio: o impacto das atividades econômicas sobre a fauna e a flora da bacia do Rio Uberabinha são analisados sob diferentes pontos de vista. Confira aqui o que dizem os produtores rurais Gilberto Machado e Leôncio Luiz da Silva; o ex-secretário de meio ambiente de Tupaciguara, Marcelo Godoi Leite e o Gerente de Captação de Leite José Galino Lopes Júnior.
Episódio 4 – Descaso com a preservação: estudo feito pelo Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia aponta para os problemas causados na bacia do Rio Uberabinha devido às atividades econômicas e ao descaso com sua preservação. Falam sobre esse tema o o geólogo Luiz Nishiyama e os produtores rurais Gilberto Machado e Martha Pannunzio.
Episódio 5 – Desenvolvimento e qualidade de vida: especialistas falam sobre a geração de energia e o fornecimento de água potável a partir do Rio Uberabinha. O biólogo Gustavo Malacco avalia que a geração de energia não compensa o impacto ambiental das pequenas centrais elétricas. O ex-produtor rural João Dias viu o rio ficar cada dia mais “feio”. O historiador Oscar Virgílio resgata a história da canalização do Rio e obras de saneamento.
Episódio 6 – A cidade e seus impactos sobre a vida do rio: depois de passar por Uberlândia, o Rio Uberabinha sofre com todos os efeitos que a vida nas cidades provoca. Moradores da zona rural da cidade, que recebem as águas depois dessa passagem, relatam as mudanças que observaram na natureza a partir do desenvolvimento urbano. Os arquitetos Maria Eliza Guerra e Roberto Andrade falam sobre o movimento S.O.S. Meio Ambiente, criado no final dos anos de 1980 para conscientizar a população sobre a necessidade de se preservar o leito do rio.
Episódio 7 – O rio era o clube da criançada: Em época em que os brinquedos comprados nas lojas eram artigos de luxo, o rio Uberabinha era a grande área de lazer para as crianças do bairro Patrimônio. A luz elétrica e a água encanada demoraram a chegar no antigo bairro Nossa Senhora da Abadia. Mas a região, habitada por trabalhadores e ex-escravos possuía uma joia preciosa: o rio Uberabinha. O artista plástico Gilberto Maciel e Mestre Bolinho, que passaram a infância no bairro, relembram as brincadeiras da época. Também nesse episódio, fala-se sobre a importância do rio para as religiões de raízes africanas. A água tem ligação com o sagrado e o poder de purificar e lavar a alma. São entrevistados Jeremias Brasileiro e Mãe Irene, que explicam os rituais realizados no rio.
Episódio 8 – Da religiosidade ao esporte: Ao chegarem à Bacia do rio Uberabinha, no século dezenove, os lavradores expulsos das regiões superpopulosas de Minas, nas quais o ouro e a terra se esgotavam, trouxeram consigo a fé católica e o desejo de fincar raízes nas terras do Sertão da Farinha Podre. A produtora rural Terezinha Martins fala sobre as tradições religiosas em torno dos antigos Cruzeiros. O publicitário Beto Gussoni fala sobre a prática de esportes nas corredeiras do rio.
Episódio 9 – Uso racional da água: Além do uso racional, há uma outra prática vital para a manutenção da qualidade e quantidade da água do Uberabinha: é a destinação adequada dos resíduos. Em Uberlândia, a coleta seletiva é realizada em apenas alguns bairros, mas não é por falta de interesse dos moradores. Onde a coleta está presente, o lixo seco e o lixo molhado são recolhidos em dias alternados pela prefeitura, com a participação maciça da comunidade. O geógrafo Falcão Vasconcelos e o especialista em compostagem de lixo, Cássio Dias Rezende, falam sobre o tema.
Para poder captar, tratar e distribuir a água, a empresa municipal faz uso de um instrumento legal chamado outorga. Até mesmo os produtores rurais precisam de autorização do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, IGAM – em suas atividades. Nos últimos anos, a gestão das águas vem sendo compartilhada pelo Estado com os diversos setores da sociedade, representados nos comitês de bacia. Foram entrevistados Wilson Akira Shimizu, Presidente do Comitê da Bacia do Rio Araguari e Arlene Cortez, responsável pelo Núcleo do IGAM em Uberlândia.
Episódio 10 – Canalização e inundações: A chuva que lava a alma, também provoca danos. Será o Uberabinha, o responsável pelas frequentes inundações que ocorrem todos os anos em Uberlândia . Para os especialistas em climatologia, as causas são outras. Entre elas, a crescente impermeabilização do solo. Sobre o tema, foram ouvidos o professor Paulo Cézar Mendes, da área de Climatologia da Universidade Federal de Uberlândia e o ambientalista Eduardo Beciláqua.
O episódio busca também respostas para o seguinte questionamento: de onde vem a água do Uberabinha, empregada na agricultura, na indústria e capaz de abastecer uma população de um milhão de habitantes? O geólogo Luiz Nishyiama explica o processo de alimentação dos rios pela água da chuva.
Episódio 11 – Música e poesia: Depois de percorrer o baixo e médio curso do rio Uberabinha, a expedição partiu rumo à chapada, o trecho no qual estão situadas as principais nascentes do rio. Os viajantes naturalistas que vieram ao Brasil nos séculos XVIII e XIX escreveram diversos relatos sobre o rio, mas nem todos chegaram aos dias de hoje. Mesmo assim, o Uberabinha continuou inspirando manifestações artísticas, entre elas, a música e a poesia. O compositor e cantador Luiz Salgado é um exemplo dessa paixão pelas águas que se transformou em melodia.
Episódio 12 – Vegetação do Cerrado : A vegetação típica do Cerrado sempre foi o patinho feio dos biomas brasileiros. Mas por baixo da casca grossa de suas árvores tortuosas, se descobre a cada dia, plantas e animais que podem contribuir com os mais diferentes segmentos da indústria. Sem que seja necessário desmatar e eliminar sua fauna. O biólogo Gustavo Malacco fala sobre a singularidade da fauna e da flora, que precisam ser preservados. O produtor rural Antônio Van Ass comenta sobre as adaptações que se viu obrigado a fazer para a preservação das nascentes. O geólogo Luiz Nishyiama avalia as formas como a natureza buscou adequar-se para sobreviver ao impacto das atividades econômicas.
A escritora Martha Pannunzio, que passou a infância nas margens do rio, fala sobre sua preservação e sobre o livro que escreveu, chamado “Era uma vez um rio”, onde um menino apaixonado pelo rio convence outras crianças sobre a necessidade de se preservar os recursos da natureza.
Episódio 13 – Fim da Jornada: No último episódio da série, diversos entrevistados reforçam sua relação de amor e cuidado com o Rio Uberabinha. Foram entrevistados João Dias, ex-produtor rural; Flávia Galvão, psicóloga que tem uma casa na beira do rio, já dentro da cidade; Mestre Bolinho, do bairro Patrimônio; Gilberto Maciel, artista plástico e Marta Pannunzio, escritora. Todos resgatam lembranças de um tempo em que o rio era tratado com mais respeito e cuidado pela população.